SOLIDÃO
Entro a passos lentos no meu invólucro naufragado da realidade, ando em silêncio sem perceber que o pensamento voa, sigo de encontro ao acúmulo de decepções e vejo na penumbra a minha realidade, tento acalentar-me no aconchego da angústia, mas a imaginação teima em me lembrar da sublime e ébria circunstância que me envolve. Na iminência loquaz das paredes que me cercam, finjo não ouvi-las, mas questiono a razão dos acontecimentos e das conclusões que me trouxeram a este destino; tento compreender o porquê, a causa, o início que me transportou à presente consequência, apenas para entender quando a tristeza preencher o vazio da minha consciência e as lágrimas caírem, deixando úmidos o meu rosto e o meu leito, pois são lágrimas que murmuram a minha inamovível solidão. E, perplexo por problemas para os quais não tenho soluções, percebo ainda que falta quem me escute, quem me tolere e quem me complete; sofro sozinho e em silêncio e consumo as últimas esperanças que me restam, pois o meu isolamento se encarregou de podar os vínculos que a vida me presenteou. Lamento pelos meus momentos, todos aqueles que eu não soube aproveitar na conquista de novas amizades, também por aqueles que eu desperdicei, pois não compreendi que cedo ou tarde eu estaria dependendo das aquisições obtidas ao longo dos meus dias, e que em consequência disso teria uma única companheira, a solidão. By Joana Rodrigues JOANA RODRIGUES
Enviado por JOANA RODRIGUES em 12/09/2009
Alterado em 19/09/2009 |
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