Mostrava-se em maus tratos toda a região nordestina,
Sofrida por sete anos de estiagem,
E chorava a angústia
De ver sua vegetação decompor-se
Em trapos cinzentos e descoloridos;
Dando à Praça Padre Cícero e a seus arredores
Um matiz melancólico,
E uma silhueta sem cor.
Finalmente chegou o inverno,
Restabelecendo a alegria
A todos que o ansiavam;
E para surpresa da meiga Juazeiro do Norte
(pequena, porém sólida metrópole cearense),
Todas as tardes vinham bandos de andorinhas,
Mergulhando do céu azul,
Apagando os derradeiros e brilhantes raios de sol vespertinos,
Que ainda aqueciam a terra.
Era um show espetacular quando despontavam ao longe,
Brotando colinas abaixo,
Surgindo de um tenro e majestoso horizonte,
E desciam como papéis ao relento,
Trazidos pelos ventos de inverno.
Formavam-se aglomerações no palco que acolhia tão gracioso espetáculo,
E admiravam aquele baile natural,
Maravilhavam-se daqueles pequenos seres,
Que brincavam como crianças,
Alegres e inquietas...
Enfim toda a região tornou-se feliz outra vez,
E tudo voltou a cobrir-se de fartas lavouras
E abundantes matas verdes.
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