EM ANO DE ELEIÇÃO, GANHA A EDUCAÇÃO
Estava a pensar, em como pode, um país como o Brasil estar tão decadente, tão sem perspectiva de mudança... Um país que está no ranking dos piores lugares, tanto na cultura, educação e, sobretudo, na política. Então me cansei de sentir vergonha, e dei uma vasculhada em alguns sites, para me atualizar quanto aos dados que medem o tamanho e a intensidade das estatísticas. O que se conclui é que, a educação é a base de tudo. E não adianta querer que, pessoas que não tenham um mínimo de formação e cultura governem um país, um estado, uma cidade. Até mesmo numa família, se o responsável não tiver conhecimento, ética, espírito de liderança, sua própria família não subsistirá. Concluí que, se os cidadãos pretendem eleger pessoas para governar os seus municípios, olhem para as suas formações, para os seus trabalhos prestados junto às comunidades. Não importa que sejam jovens, mas, as suas atitudes e desempenhos enquanto profissionais, enquanto seres humanos que se importam com os seus semelhantes. Verifiquem se os seus planos de trabalhos são consistentes, reais e dentro da realidade; analisem seus compromissos, sobretudo, no que diz respeito a educação, saúde e segurança. Façam valer seus direitos, de perguntar, e pesquisar sobre a fundamentação de cada plano. Por fim, tenham a curiosidade de conhecer o histórico educacional e profissional de cada um dos que pretendem representá-los. A EDUCAÇÃO DEVE SEMPRE FALAR MAIS ALTO, EM TODOS OS SENTIDOS. (Joana Rodrigues) Vi que os pensamentos de Paulo Freire continuam atuais: O PENSAMENTO POLÍTICO E PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE Para Paulo Freire, as questões e problemas principais da educação não são questões pedagógicas, ao contrário, são questões políticas. Para ele, a educação e o sistema de ensino não modifica a sociedade, mas a sociedade é que pode mudar o sistema instrucional. O sistema educacional pode ter um papel de destaque numa revolução cultural. Ele chama de revolução a consciente participação do povo. Logo, a pedagogia crítica, como uma constante, contribui para revelar a ideologia esquecida na consciência das pessoas. Segundo Freire todo educador deve acreditar que é possível ocorrer mudanças. Todos devem participar da história, da cultura e da política. Ninguém deve ficar neutro, nem estudar por estudar. Todos devemos fazer perguntas, não podemos ficar alheios. “Ser rebeldes e não resignados”. “É a partir deste saber fundamental: Mudar é difícil mas é possível, que vamos programar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto com o qual nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças, se de ação sanitária, se evangelização, se de formação de mão-de-obra técnica.” (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia) No início de seus trabalhos Freire, como ele mesmo declara, “não enxergava” uma relação entre educação e política, somente depois descobriu aspectos políticos na educação. Daí a relação educação-política passa a sofrer substanciais mudanças no transcorrer de seu discurso. Educação, uma nova educação, para Freire, só poderia ser possível com uma profunda mudança da sociedade, da política (“politicagem”), da ética, do cotidiano dos indivíduos e dos grupos sociais. Essa nova educação não aceita a constante exploração dos oprimidos. Seria uma educação “para a autonomia e para a capacidade de dirigir”, para formar cidadãos plenos, enfim, uma educação cidadã. EDUCAÇÃO COMO MOEDA DE TROCA EM ANO DE ELEIÇÃO Atenção redobrada é fundamental para que interesses políticos não se sobreponham às prioridades da área. Em outubro deste ano, a população vai eleger prefeitos e vereadores. Para fazer uma boa escolha, o eleitor deve se informar sobre as propostas dos candidatos nas mais diversas áreas da administração pública: Educação, Saúde, Segurança e Economia, entre outras. Os profissionais ligados ao Magistério acabam naturalmente prestando mais atenção ao que cada candidato propõe para esse universo. O que pouco se discute, no entanto, é que o impacto das eleições na área não se limita às campanhas eleitorais. Nesse período ocorrem mudanças que afetam profissionais, projetos e programas ligados ao setor. A Educação nem sempre foi destaque na disputa política. Até o começo da década de 1990, as propostas relacionadas ao tema se restringiam aos programas que os partidos inscreviam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao apresentarem seus candidatos, sem fazer parte do debate público. O cenário começou a mudar com a aplicação de uma série de provas para avaliar o ensino - Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), entre outros -, a divulgação dos resultados e o estabelecimento de metas para estados e municípios, como as do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A qualidade do ensino ganhou espaço no noticiário e uma parcela cada vez maior da população passou a ver esses dados como sinais de boa ou má administração. A política, então, buscou formas de aproveitar esse cenário a seu favor. Ao longo dos anos 2000, a Educação tornou-se peça-chave de campanhas e propagandas eleitorais. Muitos candidatos viram que apresentar os resultados das redes que governaram ou colocar luz sobre os projetos voltados à área que haviam aprovado no Congresso era uma estratégia eficiente para criar uma imagem de pessoas capazes de atingir e superar metas. EDUCAÇÃO NO BRASIL Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola. O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia). É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só se modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na aprendizagem dos alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de atitude, caberia considerar os professores como sujeitos. Sujeitos que, em atividade profissional, são levados a se envolver em situações formais de aprendizagem. Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos professores deixar de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo, e se converter em um verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho individual e coletivo, e não como uma agressão. Certamente, os professores não podem ser tomados como atores únicos nesse cenário. Podemos concordar que tal situação também é resultado de pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, que contribui à lentidão. Ainda sem citar o corporativismo das instâncias responsáveis pela gestão – não só do sistema de ensino, mas também das unidades escolares – e também os muitos de nossos contemporâneos que pensam, sem ousar dizer em voz alta, “que se todos fossem instruídos, quem varreria as ruas?”; ou que não veem problema “em dispensar a todos das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não as exigem”. Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um baixo desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na média de 0 a 10, os estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do país é de chegar a 6 em 2022. BIBLIOGRAFIA NOVA ESCOLA - EDUCAÇÃO COMO MOEDA DE TROCA EM ANO DE ELEIÇÃO. Disponível em <http://novaescola.org.br/politicas-publicas/educacao-como-moeda-troca-ano-eleicao-voto-2014-politica-784382.shtml> Acessado em 11/ago/2016. BRASIL ESCOLA - EDUCAÇÃO NO BRASIL. Disponível em<http://brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-no-brasil.htm> Acessado em 10/ago/2016. INSTITUTO UNIFICADO DE ENSINO SUPERIOR - PAULO FREIRE PENSAMENTOS. Disponível em <http://institutoiunes.com.br/index.php/artigos/34-paulo-freire-pensamentos> Acessado em 10/ago/2016. JOANA RODRIGUES
Enviado por JOANA RODRIGUES em 11/08/2016
Alterado em 18/08/2016 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |
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